Em conversas com outros presidentes de associações de cronistas esportivos e de Imprensa, a APCDEC resolve encabeçar também um movimento em defesa do rádio e dos seus dependentes.
Julgamos dependentes do rádio, todos os radialistas e comunicadores que dele dependem para sobreviver; Os anunciantes que dele se utilizam para divulgar suas informações; e a sociedade como um todo, que encontra no rádio o mais acessível, democrático e importante veículo de comunicação.
Não mais que absurdo, diante de um quadro social devastador, cruel e desumano, causado por tantas tragédias e pandemias, os nossos DEPUTADOS FEDERAIS aprovam a comercialização dos direitos de transmissão dos jogos pelo rádio. Mal sabem estes “parlamentares”, que em grande parte, são donos das emissoras, que o rádio já não emprega mais seus profissionais, já não remunera dignamente seus contratados, e o pior, arrenda por valores vís, seus espaços de programação.
Não lembram que a cada dia, aumenta o desemprego no segmento radiofônico. Esquecem que muitos destes deputados, ficaram conhecidos através desta ferramenta de comunicação. Empobrecem o nível de informações veiculadas, principalmente em caráter informativo aos torcedores e ouvintes em geral.
Durante décadas o rádio tornou-se o mais rápido e acessível veículo de comunicação. Ainda é o melhor companheiro dos torcedores nos eventos esportivos. É o que melhor informa sobre os fatos ocorridos instantaneamente.
Nós que congregamos a Imprensa Esportiva Brasileira, precisamos que as nossas autoridades políticas e judiciais, sejam aliadas do nosso clamor. Em defesa do emprego da dignidade e da sobrevivência de milhares de famílias. Nós não queremos auxílios. Nós não queremos concessões extras. Não estamos pedindo nada mais do que o pouco que temos. Estamos querendo apenas viver. Sustentar dignamente as nossas famílias. Levar ao público desportista e à sociedade brasileira, as emoções e as alegrias do esporte. Tentar através das ondas do rádio, fazer enxergar os acontecimentos do futebol, àqueles que não enxergam as imagens das TVs.
Deixamos aqui, através deste documento em forma de desabafo, o nosso apelo quase que dramático, ao senhor Presidente da República, aos senhores Senadores e aos deputados de bom senso, que não assassinem nosso meio de vida. Que não destruam os nossos desejos de sobrevivência. Que não nos tirem a dignidade do trabalho. Já não bastam os empecilhos criados para se ter acesso às praças esportivas. Já não bastam as dificuldades para fazermos os credenciamentos exigidos pela CBF. Já não basta a discriminação com os radialistas e jornalistas esportivos. Chega!!!
Precisamos do apoio das autoridades e da sociedade. Queremos apenas trabalhar dignamente, sem a “criação” de dificuldades, além das já existentes.
Atenciosamente,
Alano Maia
Radialista/Presidente da APCDEC