A ASSOCIAÇÃO BRASILIENSE DE CRONISTAS DESPORTIVOS (ABCD) lamenta e REPUDIA os incidentes ocorridos na tarde desse sábado (2/4), no estádio Abadião, durante a partida de ida da final do Candangão BRB 2022, envolvendo profissionais de imprensa e dirigentes do Ceilândia Esporte Clube.
Aos 45 minutos do segundo tempo, segundo depoimentos de testemunhas, o videomaker do Brasiliense, Luã Tomasson, teria elogiado uma jogada defensiva do volante Ferrugem, jogador do Brasiliense. A ação gerou uma reação desproporcional e inadmissível. Incomodados com o suposto gesto igualmente inadmissível do cronista, o diretor de futebol do Ceilândia, Vilson de Sá, e o presidente do mesmo clube, Ari de Almeida, partiram para cima do jornalista, na tentativa de agredi-lo fisicamente. O procedimento mais adequado seria comunicar o caso ao Supervisor de Imprensa ou ao delegado de jogo para as providências cabíveis. Adotar o caminho da violência é sempre a pior escolha em quaisquer circunstâncias.
Sobre a alegada interação do cronista com o atleta citado, a orientação da ABCD é clara no sentido de vedar qualquer tipo de manifestação favorável, ou contra, durante a partida. O artigo 22, combinado com o art. 35, do Protocolo da ABCD, sem desconsiderar os incisos IV e V do art. 16 da Portaria 001/2021 e a íntegra do Código de Ética do Cronista Esportivo, veda ao profissional de imprensa em serviço qualquer tipo de interação (fora do contexto jornalístico) durante o decorrer do jogo. Por outro lado, NADA justifica qualquer tipo de agressão, nem mesmo a um profissional de imprensa devidamente credenciado que, eventualmente, extrapole os limites do bom-senso e cometa algum tipo de desvio de conduta protocolar.
Vigilante ao cumprimento das regras que norteiam o trabalho dos cronistas esportivos no âmbito do Distrito Federal, a ABCD permanecerá apurando o caso e as medidas cabíveis serão tomadas, observada a garantia do direito ao contraditório a todos os envolvidos. Ao menos até que o fato seja claramente apurado, a ABCD se solidariza com os cronistas Luã Tomasson e Hugo Barreto (fotógrafo do Metrópoles), que também sofreu tentativa de agressão enquanto filmava as cenas do fato.
Tentar agredir um profissional no exercício de sua profissão, para além de merecer todas as repulsas, em nada combina com a grandeza do Ceilândia E.C, muito menos com as expectativas dos torcedores e patrocinadores do clube, tampouco com a gentileza costumaz de seus dirigentes. Da mesma forma que a ABCD exige dos seus associados/credenciados comportamento ético e exemplar, esta entidade não admite – e jamais admitirá – qualquer tipo de agressão ou embaraço que possa afetar o livre exercício da atividade de imprensa, que é um direito consagrado pela Constituição Federal. Ainda no que se refere às tentativas de agressão, a ABCD aguarda da diretoria do Ceilândia retratação formal compatível com o que ela considera adequada para refletir a grandeza do gigante Ceilândia Esporte Clube.
Fotos: Hugo Barreto/Portal Metrópoles
Brasília, 03 de abril de 2022.
Jânio Gomes dos Santos
Presidente da ABCD