1. A Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD), entidade representativa de todos os profissionais que atuam com comunicação esportiva no Distrito Federal desde agosto de 1960, por intermédio de seu Presidente e de seu Vice-Presidente, vem manifestar sua total surpresa, incredulidade e revolta com os fatos ocorridos durante a partida entre Botafogo x Flamengo na noite deste dia 25/02/2023.
2. Há mais de 60 (sessenta) anos a crônica esportiva candanga se dedica a cobrir e expandir a mensagem do esporte do DF. São raros os momentos que a categoria não enfrentou dificuldade, seja a carestia de apoio público, falta de patrocínio e mesmo do mais básico do básico para realizar sua missão de informar e expandir o esporte do DF.
3. A crônica candanga já transmitiu partidas de cima de árvores, de dentro de kombi, em cima de cadeira, nas arquibancadas ao lado de torcida, sendo ameaçados por diretores e torcedores, atrás de laje, em contêineres e em cima de muro. Mas sempre transmitiu. A despeito das mais impróprias condições, fez-se o trabalho.
4. O dia 25 de fevereiro de 2023 marca uma das poucas vezes que a crônica esportiva candanga, seja escrita, seja falada ou telemática, não pôde trabalhar. Foram 95 profissionais credenciados para acompanhar o jogo entre Botafogo x Flamengo, pelo Campeonato Carioca, sendo dez emissoras de rádio e mais de uma dezena de portais/jornais que não conseguiram transmitir a partida por falta de energia elétrica nas tribunas de imprensa.
5. Emissoras de televisão como a Globo e a Bandeirantes, além da TNT SPORTS, tiveram problemas em gravar o jogo para passar os melhores momentos, uma vez que não tinham energia elétrica para carregar ou ligar os equipamentos. É público e notório que, sem energia elétrica, não é possível trabalhar. Da mesma forma, todos os jornais e portais precisam de energia para seus computadores e celulares e de internet para transmitir as informações. O sistema de Wi-fi do Mané Garrincha e a internet de fibra ótica cabeada, mais uma vez, não funcionaram.
6. A ABCD foi informada, durante a realização da partida, que houve uma queda em uma subestação e que tal queda ocasionou o não fornecimento de energia elétrica às tribunas de imprensa, bem como em outras áreas do estádio. Questionamos a Arena BSB, mantenedora da Arena BRB Mané Garrincha, por que, repetidamente, as tribunas de imprensa têm passado por ausência de internet e dificuldade no fornecimento de energia, como aconteceu no jogo entre TREM X VASCO, pela Copa do Brasil, no último dia 23 de fevereiro.
7. Outra questão diz respeito ao uso das cabines de imprensa construídas para uso dos próprios profissionais. Em relação a este ponto, há anos a ABCD não entende a motivação de não se permitir que a imprensa de Brasília use as cabines de televisão, mesmo quando há transmissão de veículos oficiais de campeonatos locais que possuem jogos no Mané Garrincha.
8. TV CÂMARA DISTRITAL, TV CULTURA BRASÍLIA e ELEVEN SPORTS JAMAIS sequer pisaram na cabine de televisão usada, no jogo entre Botafogo x Flamengo, pela CAZÉ TV.
9. Seria a crônica candanga menos merecedora de atenção e consideração que veículos de fora do Distrito Federal que não tem sequer 1 (um) ano de existência?
10. A ABCD e a crônica do DF sabem que imprevistos acontecem, que desastres ocorrem e que panes elétricas existem. No entanto, esperar por mais de três horas o retorno da energia no estádio para poder trabalhar, sem solução e carecendo de informações, não nos parece minimamente condizente com um estádio que custou R$ 1,5 bilhão e está sob a batuta de uma concessionária privada que promove dezenas de eventos, mensalmente, sem notícias de falta de energia nestes – sejam shows ou jogos de futebol.
11. Não é só a crônica esportiva candanga e carioca que foram prejudicadas, mas o ouvinte, o leitor e o espectador que ficaram privados de acompanhar seu time de coração e saber o que acontecia no jogo.
12. A ABCD oficiou e pediu providências sobre a questão à ARENA BSB, à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, ao Botafogo Futebol e Regatas e ao Governo do Distrito Federal, entes que direta e indiretamente são responsáveis pelo acontecido.
13. A entidade aguarda respostas, esclarecimentos e, especialmente, soluções dos responsáveis. A ABCD espera que o episódio do dia 25 de fevereiro seja, apenas, uma história que fique no passado, e que não mais se repita em um estádio de Copa do Mundo em plena Capital Federal.
BRUNO HENRIQUE DE MOURA
Presidente
RENER SILVA LOPES
Vice-Presidente
